terça-feira, 31 de maio de 2011

O efeito borboleta no cotidiano

A teoria do caos me chama a atenção quase que diariamente. Pensamos ter domínio sobre nossa vida, nossos sentimentos e sobre nossos ideais, criamos metas e fazemos os cálculos mais minunciosos. No ponto de vista determinístico está tudo perfeito e sob controle. Estaria, se não houvesse a interação de tantos outros fatores que independem de nossa vontade, de nossos cálculos e de nosso controle.
O destino é complexo demais, caótico, portanto, incerto. Qualquer intervenção por mais simples que possa parecer, tem grande influência sobre o resultado final ou o futuro.
Admiro os que dizem que de nada se arrependem. Eu me arrependo muito do que fiz e também do que deixei de fazer.
A teoria do caos é certa e presente em todas as ciências, e está ligada também ao livre arbítrio... livre arbítrio este que pode significar grandes ou nenhuma mudança. Uma palavra, uma atitude, um nada fazer e até um olhar ou um sorriso é capaz de mudar todo um presente e futuro. E como saber o que deve ser feito? Só arriscando, com a conciência de que o tempo não volta atrás, e eu, como cristã, creio sim na intervenção de Deus sobre todos os aspectos da nossa vida, inclusive sobre os "efeitos borboletas".

Sil

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Hello, sweet girl!!!


Olá doce garota, não é assim que você gosta?
Às vezes quando estamos sozinhos, sentimo-nos ótimos em lembrar de quem gostamos. Não sei todos, mas eu sinto-me bem, isto é ser humano.
Talvez me torno ridículo em expressar isto, mas como já disse, sinto uma enorme satisfação. É como comer um bolo inteirinho sem respirar, é como ter três sonhos em três sonhos, é como levantar num sábado apenas nublado e enfim, ouvir a bela voz de Janis Joplin.

Olha os belos contornos daquela montanha, as nuvens, imagine! Estou falando com você! Sabe o que parece? Um danTop com cobertura de chantily, você não acha?
Uns satisfazem suas vontades com desejos, outros com conquistas, cada um com seu especial "jeito de ser".

De todas pistas danificadas, sempre existe uma bela rosa, uma bela árvore com um belo ninho e claro, um pássaro lindo com filhotes lindos também. Nem tudo parece ser o que é.

Uma bela melodia alimenta a alma, você não acha?
Se você adivinhar o que estou ouvindo agora! Ou melhor, ouvindo e observando. Fui pego de surpresa!
Já as belas cortinas de isopor, são brancas e leves.
Apesar de falar nada, é como adorar um pingo d'água que se transformará num belo cristal.
Antes que me esqueça, não falei das belas cores que nos cercam, são lindas não são?

Sabe, parece muito babaca da minha parte, mas gostaria que sentisse o mesmo, isto é, um controle de emoções, estou sentindo falta de sua presença e saiba também que se partir, sentirei uma grande falta, um pedaço arrancado do meu ser, e a propósito, saiba também que conquistou o maior de todos os carinhos que a raça humana faz ou consegue sem comprar.

Ouço uma bela música que você gravou, você sabe do que se trata?

Um beijo muito louco para uma pessoa que compreênde numa tal magia que me assusta.
And now: BYE, BYE SWEET GIRL...

Marcelo Udo

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Os homens... segundo Vinicius de Moraes

Os homens bons são feios.
Os homens bonitos não são bons.
Os homens bonitos e bons são gays.
Os homens bonitos, bons e heterossexuais estão casados.
Os homens que não são bonitos, mas são bons, não tem dinheiro.
Os homens que não são bonitos, mas que são bons e com dinheiro, pensam que só estamos atrás de seu dinheiro.
Os homens bonitos, que não são bons e são heterossexuais, não acham que somos suficientemente bonitas.
Os homens que nos acham bonitas, que são heterossexuais, bons e tem dinheiro são covardes.
Os homens que são bonitos, bons, tem dinheiro e graças a Deus são heterossexuais, são tímidos e NUNCA DÃO O PRIMEIRO PASSO!
Os homens que nunca dão o primeiro passo, automáticamente perdem o interesse em nós quando tomamos a iniciativa. AGORA... QUEM NESSE MUNDO ENTENDE OS HOMENS?!

Moral da História:

"Homens são como um bom vinho. Todos começam como uvas e é dever da mulher pisoteá-los e mantê-los no escuro até que amadureçam e se tornem uma boa companhia para o jantar!"

Vinicius de Moraes

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Eu não sei falar de amor

Talvez porque eu não ame
Ou será que eu nunca amei?
Houve momentos que pensei amar
Mas o momento passou
E o amor? Acabou?

Amor de ficar juntinho pra sempre eu já senti
Tantas vezes... nem me lembro
Não era amor

Mas quem pode dizer que ama?
Que amou?
Quantas vezes me disseram eu te amo!!!
Quem diz sabe o que é amor?

Amor fraternal é o que eu sinto
A todos que de alguma maneira tem um espaço na minha vida
Às vezes até incompreendida
Mas eu amo amar assim...

Sil

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Realidade

Em ti o meu olhar fez-se alvorada,
E a minha voz fez-se gorjeio de ninho,
E a minha rubra boca apaixonada
Teve a frescura pálida do linho.

Embriagou-me o teu beijo como um vinho
Fulvo de Espanha, em taça cinzelada,
E a minha cabeleira desatada
Pôs a teus pés a sombra dum caminho.

Minhas pálpebras são cor de verbena,
Eu tenho os olhos garços, sou morena,
E para te encontrar foi que eu nasci...

Tens sido vida fora o meu desejo,
E agora, que te falo, que te vejo,
Não sei se te encontrei, se te perdi...

Florbela de Alma da Conceição Espanca

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Mulheres de Atenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos
Orgulho e raça de Atenas

Quando amadas, se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem imploram
Mais duras penas, cadenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Sofrem pros seus maridos
Poder e força de Atenas

Quando eles embarcam soldados
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas
E quando eles voltam, sedentos
Querem arrancar, violentos
Carícias plenas, obscenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Despem-se pros maridos
Bravos guerreiros de Atenas

Quando eles se entopem de vinho
Costumam buscar um carinho
De outras falenas
Mas no fim da noite, aos pedaços
Quase sempre voltam pros braços
De suas pequenas, Helenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Geram pros seus maridos
Os novos filhos de Atenas

Elas não tem gosto ou vontade
Nem defeito, nem qualidade
Tem medo apenas
Não tem sonhos, só tem presságios
O seu homem, mares, naufrágios...
Lindas sirenas, morenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Temem por seus maridos
Heróis e amantes de Atenas

As jovens viúvas marcadas
E as gestantes abandonadas
Não fazem cenas
Vestem-se de negro, se encolhem
Se conformam e se recolhem
Às suas novenas, serenas


Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Secam por seus maridos
Orgulho e raça de Atenas

Chico Buarque

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Outonos e primaveras...


Primavera é tempo de ressurreição. A vida cumpre o ofício de florescer ao seu tempo. O que hoje está revestido de cores precisou passar pelo silêncio das sombras. A vida não é por acaso. Ela é fruto do processo que a encaminha sem pressa e sem atropelos a um destino que não finda, porque é ciclo que a faz continuar em insondáveis movimentos de vida e morte. O florido sobre a terra não é acontecimento sem precedências. Antes da flor, a morte da semente, o suspiro dissonante de quem se desprende do que é para ser revestido de outras grandezas. O que hoje vejo e reconheço belo é apenas uma parte do processo. O que eu não pude ver é o que sustenta a beleza.

A arte de morrer em silêncio é atributo que pertence às sementes. A dureza do chão não permite que os nossos olhos alcancem o acontecimento. Antes de ser flor, a primavera é chão escuro de sombras, vida se entregando ao dialético movimento de uma morte anunciada, cumprida em partes.

A primavera só pode ser o que é porque o outono lhe embalou em seus braços. Outono é o tempo em que as sementes deitam sobre a terra seus destinos de fecundidade. É o tempo em que à morte se entregam, esperançosas de ressurreição. Outono é a maternidade das floradas, dos cantos das cigarras e dos assovios dos ventos. Outono é a preparação das aquarelas, dos trabalhos silenciosos que não causam alardes, mas que mais tarde serão fundamentais para o sustento da beleza que há de vir.

São as estações do tempo. São as estações da vida.

Há em nossos dias uma infinidade de cenas que podemos reconhecer a partir da mística dos outonos e das primaveras. Também nós cumprimos em nossa carne humana os mesmos destinos. Destino de morrer em pequenas partes, mediante sacrifícios que nos faz abraçar o silêncio das sombras...

Destino de florescer costurados em cores, alçados por alegrias que nos caem do céu, quando menos esperadas, anunciando que depois de outonos, a vida sempre nos reserva primaveras...

Floresçamos.

Fábio de Melo