A Inquieta Calma

literatura escrita, cantada, bebida...

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Dói...

Postado por Silvinha - A Inquieta Calma às 17:43
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial


"Existe mais filosofia numa garrafa de vinho que em todos os livros." (Pasteur)


"Un verre de vin s'il vous plait"

Select your language

Faça deste site sua

Página inicial
Minha foto
Silvinha - A Inquieta Calma
Araçatuba, SP, Brazil
Ver meu perfil completo

MSN - Fale Comigo



Criar seu atalho

No Arquivo

  • ▼  2012 (9)
    • ►  setembro (3)
    • ►  junho (4)
    • ►  maio (1)
    • ▼  fevereiro (1)
      • Dói...
  • ►  2011 (34)
    • ►  agosto (2)
    • ►  julho (2)
    • ►  junho (6)
    • ►  maio (7)
    • ►  abril (9)
    • ►  março (8)
  • ►  2010 (6)
    • ►  março (1)
    • ►  janeiro (5)
  • ►  2009 (24)
    • ►  dezembro (11)
    • ►  novembro (12)
    • ►  outubro (1)

Na Estante

Adélia Prado Adriana Calcanhotto Antoine de Saint-Exupéry Arnaldo Antunes Carlos Drummond de Andrade Cazuza Cecília Meireles Chico Buarque Clarice Lispector Coisas Minhas Fabricio Carpinejar Fernando Pessoa Florbela Espanca Hilda Hilst Ivan Lins João Cabral de Melo Neto Lenine Marcelo Udo Mário Coelho Pinto de Andrade Mário Quintana Marisa Monte Nando Reis Olavo Bilac Pablo Neruda Padre Fábio de Melo Raimundo Correia Tom Jobim Vinicius de Moraes
Velharia do blogspot.com

ELE TINHA RAZÃO...

ELE TINHA RAZÃO...
William Shakespeare
"O bom vinho é um camarada bondoso e de confiança, quando tomado com sabedoria."

Galileu Galilei

" O vinho é composto de humor líquido e luz"

SOBRE O VINHO

"Profundas alegrias do vinho, quem não vos conheceu? Todo homem que tenha tido que amenizar um arrependimento, evocar uma lembrança, afogar uma tristeza, construir um castelo de vento, todos enfim vos invocaram, deusas misteriosas escondidas nas fibras da videira. Como são grandes os espetáculos do vinho, iluminados pelo sol interior! Como é verdadeira e ardente esta segunda juventude que o homem nele encontra! Mas quão temíveis também são suas volúpias fulgurantes e seus encantos exasperantes. Entretanto, dizei, em sã consciência, juízes, legisladores, homens da sociedade, vós todos que a felicidade enternece, a quem a fortuna torna a virtude e a saúde fáceis, dizei, quem de vós terá a coragem impiedosa de condenar o homem que está bebendo genialidade? Aliás, nem sempre o vinho é aquele terrível lutador seguro da vitória, que jurou não ter nem piedade nem misericórdia.

O vinho é semelhante ao homem: nunca saberemos até que ponto podemos prezá-lo e desprezá-lo, amá-lo e odiá-lo, nem de quantas ações sublimes ou de delitos monstruosos ele é capaz. Não sejamos pois mais cruéis com ele que com nós mesmos e tratemo-lo como nosso igual.

Às vezes parece que ouço o vinho dizer - ele fala com a alma, com a voz dos espíritos que só os espíritos escutam: "Homem, meu bem amado, quero soltar para ti, apesar de minha prisão de vidro e dos meus ferrolhos de cortiça, um canto cheio de fraternidade, um canto cheio de alegria, luz e esperança. Não sou ingrato; sei que te devo a vida. Sei o que te custou de trabalho e de sol nas costas. Tu me destes a vida, será recompensado. Pagarei amplamente a minha dívida; pois sinto uma alegria extraordinária quando caio no fundo de uma goela ressecada pelo trabalho. O peito de um homem honesto é um lugar que me agrada muito mais que estas adegas melancólicas e insensíveis. É um túmulo alegre onde cumpro meu destino com entusiasmo. Faço um reboliço no estômago de um trabalhador e daí, por escadas invisíveis, subo para o seu cérebro onde executo minha dança suprema."

Charles Baudelaire

“O vinho é feito para ser bebido assim como a mulher é feita para ser amada. Ambos possuem a frescura da juventude ou o esplendor da maturidade, mas não espere pela decrepitude” (Theophile Malvezin)

Sócrates

"O vinho molha e tempera os espíritos e acalma as preocupações da mente... ele reaviva nossas alegrias e é o óleo para a chama da vida que se apaga. Se você bebe moderadamente em pequenos goles de cada vez, o vinho gotejará em seus pulmões como o mais doce orvalho da manhã... assim, então, o vinho não viola a razão, mas sim nos convida gentilmente à uma agradável alegria."

LUIS FERNANDO VERISSÍMO SOBRE O VINHO

"Já disse mais bobagem sobre o vinho do que sobre qualquer assunto, com a possível exceção do orgasmo feminino e da vida eterna, isto porque é impossível transformar em palavras as qualidades ou defeitos de um vinho, ou as sensações que ele provoca, assim como é impossível, por exemplo, descrever um cheiro e um gosto. Tente descrever o sabor de uma amora. Além de amplas e vagas categorias, como "doce", "amargo", "ácido", etc., não existem palavras para interpretar as impressões do paladar. Estamos condenados á imprecisão ou ao perigoso terreno das metáforas. Tudo é literatura."

Mário Quintana

Do Sabor Das Coisas

Por mais raro que seja, ou mais antigo,
Só um vinho é deveras excelente:
Aquele que tu bebes calmamente
Com o teu mais velho e silencioso amigo...

Do Livro Espelho Mágico

JORGE LUIS BORGES

"Em que reino, em que século, sob que silenciosa
Conjunção dos astros, em que dia secreto
Que o mármore não salvou, surgiu a valorosa
E singular idéia de inventar a alegria?
Com outonos de ouro a inventaram.
O vinho flui rubro ao longo das gerações
Como o rio do tempo e no árduo caminho
Nos invada sua música, seu fogo e seus leões.
Na noite do júbilo ou na jornada adversa
Exalta a alegria ou mitiga o espanto
E a exaltação nova que este dia lhe canto
Outrora a cantaram o árabe e o persa.
Vinho, ensina-me a arte de ver minha própria história
Como se esta já fora cinza na memória."

CHARLES BAUDELAIRE

“Deve-se estar sempre embriagado. Nada mais conta. Para não sentir o horrível fardo do tempo em que esmaga os vossos ombros e vos faz pender para a terra, deveis embriagar-vos sem tréguas. Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude. À vossa escolha. Mas embriagai-vos. E se algumas vezes, nos degraus de um palácio, na erva verde de uma vala, na solidão baça do vosso quarto, acordais já diminuída ou desaparecida a embriaguez, perguntai ao vento, à vaga, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo que foge, a tudo o que geme, a tudo que rola, a tudo que canta, a tudo que fala, perguntai que horas são. E o vento, a vaga, a estrela, a ave, o relógio vos responderão: “São horas de vos embriagardes. Para não serdes os escravos martirizados do tempo, embriagai-vos sem cessar. De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa escolha”.

O SACRIFÍCIO DO VINHO

"Contra o crepúsculo
O vinho assoma, exulta, sobreleva
Muda o cristal da tarde em rubra pompa
Ganha som, ganha sangue, ganha seios
Contra o crepúsculo o vinho
Menstrua a tarde.

Ah, eu quero beber do vinho em grandes haustos
Eu quero os longos dedos líquidos
Sobre meus olhos, eu quero
A úmida língua...

O céu da minha boca
É uma cúpula imensa para a acústica
Do vinho, e seu eco de púrpura...
O cantochão do vinho
Cresce, vermelho, entre muralhas súbitas
Carregado de incenso e paciência.
As sinetas litúrgicas
Erguern a taça ardente contra a tarde
E o vinho, transubstanciado, bate asas
Voa para o poente
O vinho...

Uma coisa é o vinho branco
O primeiro vinho, linfa da aurora impúbere
Sobre a morte dos peixes.
Mas contra a noite ei-lo que se levanta
Varado pelas setas do poente
Transverberado, o vinho...
E o seu sangue se espalha pelas ruas
Inunda as casas, pinta os muros, fere
As serpentes do tédio; dentro
Da noite o vinho
Luta como um Laocoonte
O vinho...

Ah, eu quero beijar a boca moribunda
Fechar os olhos pânicos
Beber a áspera morte
Do vinho..."

Vinicius de Moraes

Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente... e não a gente a ele!

Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente... e não a gente a ele!
Mário Quintana

Amei-te e por te amar...

Amei-te e por te amar
Só a ti eu não via...
Eras o céu e o mar,
Eras a noite e o dia...
Só quando te perdi
É que eu te conheci...

Quando te tinha diante
Do meu olhar submerso
Não eras minha amante...
Eras o universo...
Agora que te não tenho,
És só do teu tamanho.

Estavas-me longe na alma,
Por isso eu não te via...
Presença em mim tão calma,
Que eu a não sentia.
Só quando meu ser te perdeu
Vi que não eras eu.

Não sei o que eras. Creio
Que o meu modo de olhar,
Meu sentir meu anseio
Meu jeito de pensar...
Eras minha alma, fora
Do Lugar e da Hora...

Hoje eu busco-te e choro
Por te poder achar
Não sequer te memoro
Como te tive a amar...
Nem foste um sonho meu...
Por que te choro eu?

Não sei...Perdi-te, e és hoje
Real no [...] real...
Como a hora que foge,
Foges e tudo é igual
A si-próprio e é tão triste
O que vejo que existe.

Em que és [...] fictício,
Em que tempo parado
Foste o (...) cilício
Que quando em fé fechado
Não sentia e hoje sinto
Que acordo e não minto...

[...] tuas mãos, contudo,
Sinto nas minhas mãos,
Nosso olhar fixo e mudo
Quantos momentos vãos
Pra além de nós viveu
Nem nosso, teu ou meu...

Quantas vezes sentimos
Alma nosso contacto
Quantas vezes seguimos
Pelo caminho abstrato
Que vai entre alma e alma...
Horas de inquieta calma!

E hoje pergunto em mim
Quem foi que amei, beijei
Com quem perdi o fim
Aos sonhos que sonhei...
Procuro-te e nem vejo
O meu próprio desejo...

Que foi real em nós?
Que houve em nós de sonho?
De que Nós fomos de que voz
O duplo eco risonho
Que unidade tivemos?
O que foi que perdemos?

Nós não sonhamos. Eras
Real e eu era real.
Tuas mãos - tão sinceras...
Meu gesto - tão leal...
Tu e eu lado a lado...
Isto...e isto acabado...

Como houve em nós amor
E deixou de o haver?
Sei que hoje é vaga dor
O que era então prazer...
Mas não sei que passou
Por nós e acordou...

Amamo-nos deveras?
Amamo-nos ainda?
Se penso vejo que eras
A mesma que és... E finda
Tudo o que foi amor;
Assim quase sem dor.

Sem dor... Um pasmo vago
De ter havido amar...
Quase que me embriago
De mal poder pensar...
O que mudou e onde?
O que é que em nós se esconde?

Talvez sintas como eu
E não saibas senti-o...
Ser é ser nosso véu
Amar é encobri-o,
Hoje que te deixei
É que sei que te amei...

Somos a nossa bruma...
É pra dentro que vemos...
Caem-nos uma a uma
As compreensões que temos
E ficamos no frio
Do universo vazio...

Que importa? Se o que foi
Entre nós foi amor,
Se por te amar me dói
Já não te amar, e a dor
Tem um íntimo sentido,
Nada será perdido...

E além de nós, no Agora
Que não nos tem por véus
Viveremos a Hora
Virados para Deus
E n'um (...) mudo
Compreenderemos tudo.

Fernando Pessoa

Me dá uma moralzinha?

A Inquieta Calma
A Inquieta Calma
Image and video hosting by TinyPic

Powered By Blogger
Estou no blog.com.pt - comunidade de bloggers em língua portuguesa
Divulgue seu blog!
Central Blogs
  • NOVOBR
Poetry Blogs - Blog Catalog Blog Directory
Tema Simples. Tecnologia do Blogger.